Como fazer um cálculo luminotécnico para indústrias

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imagem mostra uma iluminação industrial

Fazer um cálculo luminotécnico industrial correto é fundamental para garantir que a distribuição de luz e luminosidade estejam adequadas, evitando erros de trabalho e fomentando a produtividade dos funcionários

O cálculo luminotécnico industrial é um procedimento essencial para o planejamento de um sistema de iluminação eficiente e adequado às necessidades específicas de ambientes industriais. 

Isso porque ao fazê-lo, é possível garantir que os espaços sejam iluminados de forma adequada, promovendo segurança, produtividade e eficiência energética. 

E para que as contas estejam corretas, deve-se considerar diversos fatores técnicos; desde a distribuição da luz até a escolha das luminárias, passando pela reflexão das superfícies e a intensidade luminosa necessária para cada área. 

Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura! 

O que é o cálculo luminotécnico industrial?

Antes de mais nada é preciso entender do que se trata esse cálculo. De forma simples, pode-se dizer que é o processo técnico de planejamento e dimensionamento da iluminação de ambientes industriais.

Na prática, isso se refere à quantidade de postes, luminárias, demais equipamentos de iluminação e às dimensões do espaço, que devem ser avaliadas para garantir as condições adequadas de trabalho e a segurança dos funcionários.

As contas envolvem a escolha adequada das luminárias, a definição dos níveis de iluminância (que são medidos em lux), e a análise de fatores que podem afetar a eficácia da iluminação, como a reflexão de superfícies e a altura de instalação.

O principal objetivo desse cálculo é, então, criar um ambiente com iluminação uniforme, que garanta a segurança e o conforto visual para os trabalhadores, ao mesmo tempo que otimize o consumo de energia.

Por que o cálculo luminotécnico é essencial na indústria?

Além das necessidades citadas acima, este cálculo é importante para que a iluminação incorreta não afete diretamente o desempenho dos trabalhadores, causando cansaço visual e aumentando a probabilidade de erros operacionais. Em alguns casos, estes erros podem levar a danos sérios e até à morte.

Outro ponto importante é atender às exigências legais, pois a ABNT NBR 5413 e outras normas de segurança exigem níveis mínimos de iluminação para diferentes áreas da indústria. 

Além disso, o cálculo é importante para manter a qualidade da luminosidade e para que os consumidores saibam qual tipo de luminária ou fonte luminosa comprar e como usá-las para otimizar o projeto.

Leia também: Poluição luminosa: o que é, causas e como reduzir

Critérios técnicos específicos do cálculo luminotécnico industrial

Existem diversos fatores técnicos que devem ser considerados ao realizar a medição. Os principais são:

Altura de instalação das luminárias e sua influência na uniformidade da luz

Luminárias instaladas a grandes alturas podem criar áreas escuras ou com intensidade desigual, causando sombras ou pontos de luz excessivos. Além disso, as curvas fotométricas das luminárias e seu tipo de difusor também afetam o direcionamento da luz, aumentando a eficiência do sistema.

Reflexão de superfícies industriais

O tipo de superfície presente nas instalações industriais influencia diretamente na eficiência da iluminação. Estruturas metálicas, maquinário e até mesmo o piso de cimento ou com pintura escura podem absorver ou refletir a luz de maneira diferente. 

Superfícies claras e reflexivas favorecem a propagação da luz pelo ambiente, reduzindo a necessidade de luminárias adicionais, enquanto superfícies escuras ou foscas tendem a absorver a luminosidade, exigindo um projeto luminotécnico mais robusto para garantir os níveis adequados de iluminação

Exigência de iluminâncias diferenciadas para áreas distintas

Diferentes áreas de uma indústria exigem diferentes níveis de iluminância. Por exemplo, um galpão de estocagem pode exigir uma iluminação mais baixa, enquanto uma linha de produção ou área de inspeção de qualidade requer altos níveis de luz. 

Além disso, áreas de manutenção e salas técnicas podem precisar de iluminação localizada ou mais intensa. 

Consideração de índices de depreciação elevados em função de poeira, vapores ou calor

Ambientes industriais frequentemente enfrentam condições que aceleram a depreciação das luminárias, como a presença de poeira, vapores, ou calor intenso. A luminária e a fonte de luz escolhidas precisam contemplar tais condições adversas, garantindo longa durabilidade e baixa manutenção. 

O cálculo luminotécnico também deve prever o nível de depreciação dos sistemas de iluminação ao longo do tempo, para que a intensidade da luz não diminua significativamente durante a vida útil do mesmo.

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Como realizar o cálculo luminotécnico?

A conta pode ser feita manualmente ou por meio de softwares especializados, que permitem simular a iluminação de um ambiente industrial. Esses programas consideram parâmetros como:

  • Potência das luminárias;
  • Número de fontes luminosas;
  • Altitude e espaçamento.

Também analisam:

  • O tipo de refletor;
  • Índice de reflexão das superfícies;
  • Distância de instalação;
  • Potência de consumo;
  • A luminosidade dos ambientes;
  • E os níveis de iluminância requeridos pela ABNT NBR 5413. 

Calculando na prática

Os principais passos do cálculo incluem:

1. Definir os parâmetros do ambiente:

  • Área do espaço: é preciso considerar a altura do teto, o comprimento e a largura;
  • Características das superfícies: aqui vale prestar atenção nas cores e o tipo de material das superfícies do ambiente, como paredes, pisos e tetos, que influenciam a reflexão da luz;
  • Atividade realizada: diferentes áreas requerem diferentes níveis de iluminação, dependendo das tarefas realizadas (por exemplo, áreas de produção exigem mais luz do que áreas de estocagem).

2. Escolher as luminárias adequadas

A escolha das luminárias depende do tipo de iluminação necessário, das características do ambiente e da potência fornecida pelo driver, que determina a quantidade de luz emitida pelos LEDs. Para não errar, considere analisar o fluxo luminoso, ou seja, a quantidade total de luz que o conjunto emissor de LED proporciona.

Este varia de acordo com a atividade que será realizada no local. Por exemplo:

  • 100 lux para áreas de estocagem;
  • 300 a 500 lux para áreas de produção ou de montagem;
  • 1000 lux ou mais para áreas de inspeção de qualidade ou áreas técnicas.

3. Determinar o número de luminárias necessárias

O número de luminárias é calculado com base na fórmula de iluminância média, considerando o fluxo luminoso, a área do ambiente e o coeficiente de utilização das luminárias.

Fórmula básica do cálculo luminotécnico

A fórmula básica para calcular a iluminância média em um ambiente é:

E=F×NAE=AF×N​

Onde:

  • E = iluminância média (em lux)
  • F = fluxo luminoso de cada luminária (em lúmens)
  • N = número total de luminárias
  • A = área total do ambiente (em metros quadrados)

Se a iluminância média calculada não for suficiente para o ambiente de trabalho (em comparação com os valores recomendados pelas normas), será necessário aumentar o número de luminárias ou usar luminárias com maior fluxo luminoso.

Fórmulas adicionais para cálculo de iluminação indireta e eficiência:

Além da fórmula acima, outros cálculos podem ser realizados para iluminação indireta, reflexão das superfícies e eficiência do sistema de iluminação. Veja um exemplo:

Cálculo da eficiência do sistema:

E=F×N×CuA×DE=A×DF×N×Cu​

Na qual:

  • Cu é o coeficiente de utilização da luminária (uma constante que depende do tipo de luminária e da distribuição da luz)
  • D é a depreciação dos materiais ao longo do tempo, devido ao acúmulo de poeira, vapores ou calor

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